Como falar em "literatura nacional" em um contexto neoliberal que reorganiza os modos de existência e descontrói alguns aspectos discursivos elementares para a construção da nação enquanto "comunidade imaginada"? O que significa ser um "clássico" da literatura quando parâmetros pós-modernos rompem com a possibilidade mesma de hierarquização estrutural inerente a delimitação de quaisquer conjuntos alicerçados sobre códigos mais ou menos permanentes de construção de sentido, borrando as outrora bem delimitadas fronteiras entre erudito e popular, alternativo e mainstream, pop e clássico? Como construir uma "historiografia literária" quando a perspectiva dos vencedores que vem orientando por séculos a narrativa escolar hegemônica sofre importantes deslocamentos a partir da visão dos "de baixo"? Afinal, o que pode o literário em meio ao caos? O que pode fazer o professor de literatura quando tem diante de si a possibilidade cada vez mais concreta do fim do mundo? Cabe a este a responsabilidade de definir o que deve ser preservado dentre as ruínas e o que deve ser atirado fora, para ver emergir o novo. Uma tarefa impossível e, ao mesmo tempo, inadiável.

Numero ISBN 978-65-86413-43-4

Org. OLIVEIRA, Acauam Silvério; CHAGAS, Silvania Núbia

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